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Festival de Culturas "Carassauga":

Centro Cultural Português fez história no evento em que participa há 38 anos

Por Rómulo Ávila

Sol Português

Como acontece há 38 anos, o último fim-de-semana de Maio em Mississauga está reservado para a realização do Festival de Culturas "Carassauga", evento que pretende dar a conhecer as culturas, as tradições e a gastronomia das diferentes comunidades que constituem a sociedade multi-étnica da cidade.

Dado o elevado número de visitantes e de representantes da diversidade étnica de Mississauga, o festival é considerado não só um dos maiores eventos que se realiza na cidade como o maior evento multicultural no Ontário e o segundo maior do país.

Como é habitual desde o primeiro ano, a sede do Centro Cultural Português de Mississauga (CCPM) representou o pavilhão de Portugal e ao longo dos três dias do certame, que decorreu de sexta-feira (26) a domingo (28), por ele passaram milhares de pessoas para conhecerem um pouco mais e desfrutarem da cultura e da gastronomia portuguesa.

Este ano, e no que toca ao pavilhão português no certame, fez-se história quando, pela primeira vez em 38 anos, a cerimónia oficial de inauguração ali teve lugar, momento que foi assistido por várias entidades políticas dos diferentes níveis de governação canadiana.

Presentes, entre outros, estiveram o ministro dos Transportes, Omar Alghabra; a Presidente da Câmara de Mississauga, Bonnie Crombie; a ministra provincial das Infra-estruturas, Kinga Surma; os deputados federais luso-canadianos Peter Fonseca e Charles Sousa; e o cônsul-geral de Portugal em Toronto, Joaquim Rosário.

Para a edição deste ano foram 25 os pavilhões participantes, espalhados por seis espaços diferentes: CCPM, Centro Comunitário Frank McKechnie, St. Sava Serbian Centre, Canadian Coptic Centre e duas zonas distintas do Paramount Fine Foods Centre.

No pavilhão português, onde não faltaram ranchos folclóricos e DJs a animar o público ao longo dos três dias, destaque para a banda Tradição d´Ouro que se deslocou directamente de Portugal para actuar neste evento.

A banda, um projecto musical inovador, inspirado na música popular portuguesa e criado em 2018, em Marco de Canaveses, tem por repertório temas repletos de energia, ritmo e boa disposição que não deixaram ninguém indiferente e colocaram grande parte do público a dançar.

Outros elementos de destaque na representação portuguesa incluíram os espaços dedicados aos artistas luso-canadianos e ao artesanato, aos doces e salgados típicos de várias regiões de Portugal, à divulgação do festival "Portugalo" – a realizar em Setembro em Mississauga – à degustação de produtos nacionais e até um espaço informativo sobre a Casa de Saúde Magalhães, projecto actualmente em construção.

Tudo isto a par de áreas dedicadas especialmente aos mais novos, bem como uma área de trabalho da Escola Portuguesa Fernando Pessoa.

No final da tarde de domingo o presidente executivo do CCPM, Jorge Mouselo, confessava-nos sentir-se um homem feliz, apesar de cansado.

"Estou feliz por tudo o que conseguimos fazer, tivemos sempre esta sala cheia de gente – de portugueses mas também de outras comunidades – e estou feliz pelo nosso percurso, mas obviamente, no final de tudo, temos de nos sentir cansados porque o sucesso dá trabalho", confessou.

O dirigente associativo caracterizou como "histórico e emocionante" o momento que marcou a abertura do festival e que pela primeira vez se realizou no CCPM.

"Foi um grande privilégio, um sonho tornado realidade. Fiquei emocionado no primeiro dia, mas também hoje estou porque posso dizer que a missão foi cumprida por todos nós", afirmou com orgulho.

No seguimento das declarações ao jornal Sol Português, Jorge Mouselo reforçou ainda que "não há nada que pague a felicidade de ver a comunidade junta, de ver que Portugal, quando é preciso, sabe-se unir".

Como destacou, "são três dias de união, de muita despesa, mas uma despesa feliz e gratificante, pois é pelo nosso país, para mostrarmos o que somos e como somos".

E acrescentou sem hesitação: "para o ano cá estaremos de novo".

O presidente do CCPM aproveitou também para destacar que, a nível da actividade desenvolvida pela agremiação, a 17 de Junho irão realizar "um Arraial à Portuguesa" no exterior do CCPM, com "muito entretenimento, muita animação, folclore, sardinhas oferecidas a todos e muitas surpresas", e que têm já data marcada para a habitual Grande Gala do Fado em homenagem a Amália, que este ano se realizará a 7 de Outubro.

Fundado em Fevereiro de 1974, o CCPM vai, segundo aquele dirigente, "continuar a representar orgulhosamente a comunidade portuguesa em Mississauga" e a promover "actividades sociais, culturais e recreativas" com vista à "preservação e o desenvolvimento da cultura portuguesa, o ensino da língua portuguesa, da literatura, da geografia e da história, nunca esquecendo a vertente solidária e comunitária".


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