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Faleceu Hazel McCallion
Centenária era considerada um "furacão político" que deixou marcas profundas em Mississauga
Hazel McCallion, que de 1978 a 2014 governou uma das maiores cidades do Canadá, Mississauga, morreu no passado domingo (29) aos 101 anos, deixando um legado de intensa acção e mais de três décadas de liderança municipal quase incontestada.
Conhecida carinhosamente como "Furacão Hazel", a ex-presidente da Câmara de Mississauga, cidade vizinha de Toronto, era considerada um autêntico portento político. Faria 102 anos já no dia 14 de Fevereiro.
A notícia da sua morte foi veiculada através de um comunicado do primeiro-ministro do Ontário, Doug Ford, que esclarece que "morreu pacificamente em sua casa, em Mississauga, na manhã de domingo".
Ford disse que McCallion, a quem chamou "querida amiga e mentora", era a melhor definição duma funcionária e gestora pública, tendo dirigido a transformação da cidade da qual foi presidente, transformando-a num grande centro urbano.
Por seu turno, o Primeiro-Ministro Justin Trudeau referiu que Hazel McCallion liderou "a transformação de Mississauga duma cidade-dormitório à sexta maior cidade do Canadá, com muito potencial".
"A minha querida amiga Hazel era uma mulher extraordinária que usava muitos chapéus: era uma empresária, uma atleta e uma líder eficaz na gestão política. Apelidada de "Furacão Hazel" por ter um estilo político ousado, era imparável", disse Trudeau numa nota enviada à comunicação social.
Como presidente da Câmara, McCallion lutou pela redução dos impostos por forma a atrair mais empresas, criando assim mais empregos e ajudando a cidade a crescer.
Amplamente respeitada por outros dirigentes políticos, era conhecida por não medir palavras quando se tratava de defender a sua terra e a sua gente, tendo sido eleita com vitórias esmagadoras para 12 mandatos consecutivos até decidir, aos 93 anos, que não voltaria a recandidatar-se.
É de realçar que Hazel McCallion não fazia campanha eleitoral. Em vez disso, no período de cada eleição pedia a quem quisesse dar dinheiro que o fizesse, para depois ela própria doar a instituições de caridade ou para criar fundos relacionados com o sector cultural.
Quando aos 93 anos deixou o cargo de presidente da Câmara Municipal de Mississauga, 36 anos depois de ter sido eleita pela primeira vez, declarou: "Temos que defender aquilo em que acreditamos e foi o que eu sempre fiz".
Sabe-se que Hazel McCallion recusou convites dos três principais partidos políticos canadianos – Liberais, Conservadores e Neo-Democratas – para concorrer nas esferas federal e provincial, fazendo questão de afirmar que a política é "muito melhor a nível local".
A sua gestão de Mississauga fez com que a cidade fosse considerada um dos municípios mais bem administrados, fiscalmente e financeiramente.
Recordando alguns episódios marcantes, McCallion foi aclamada como heroína em 2006 quando conseguiu resolver uma situação de impasse entre um homem perturbado que ameaçava matar-se e a polícia que tentava resolver a situação.
O impasse durava há cinco horas e chegou ao fim pacificamente graças a McCallion que quando apareceu em cena exigiu que o homem pusesse termo à sua intenção e este capitulou.
Ex-jogadora profissional de hóquei feminino, era conhecida por ter sempre um par de patins e um taco de hóquei no porta-bagagem do carro, estando assim sempre pronta para praticar a modalidade que adorava desde a sua juventude, passada em Montreal.
A "mulher furacão" teve três filhos, Peter, Paul e Linda, com o marido, Sam McCallion, que morreu em 1997, vítima da doença de Alzheimer.
Em 2016, o governo do Ontário proclamou o seu aniversário, celebrado a 14 de Fevereiro, como Dia de Hazel McCallion.
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