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First Portuguese:
Convívio do Centro de Dia para a Terceira Idade celebrou Carnaval e 43.º aniversário
Por Rómulo Ávila
Sol Português
Foi na passada sexta-feira (24) que o Centro de Dia da Terceira Idade afecto ao First Portuguese Canadian Cultural Centre (FPCCC) comemorou 43 anos de existência, um aniversário dedicado a todos os utentes que aproveitam da melhor forma os serviços prestados pela mais antiga associação luso-canadiana em Toronto.
Este ano, para além da alegria do Carnaval própria da época, houve um facto que a actual direcção do First descreveu como "inédito" e motivo de "muito orgulho" pois, como destacaram os seus responsáveis, conseguiu "com muito trabalho e perseverança" tornar este centro de convívio para idosos gratuito para todos os sócios.
Esse orgulho e alegria estava espelhado no rosto das directoras do FPCCC que estiveram presentes no evento, com Carina Paradela a afirmar ao jornal Sol Português que "43 anos de actividade deste grupo de idosos, agora rejuvenescidos, é muito gratificante".
"Sentir a alegria deles é de nos encher o coração e dar força para continuarmos", afirmou a ex-presidente e actual directora de operações do First que destacou que a possibilidade de prestar este serviço gratuitamente aos idosos só é possível graças à ajuda de todos os colaboradores do centro.
"Como nós sabemos, a vida está muito cara para tudo", realçou, mas graças ao "programa de reutilização de alimentos, com as ajudas governamentais e também com muito trabalho e muito esforço dos funcionários e dos voluntários, principalmente da nossa Direcção, conseguimos dar este passo, que era um sonho antigo e uma ambição nossa", referiu.
"Estamos felizes por isso", disse, continuando a explicar que "o único requisito" é que os utentes que frequentam o centro de idosos têm que ser sócios, "pagando apenas uma quota anual de 40 dólares, caso tenham mais de 55 anos".
"Neste momento posso confirmar que temos mais de 70 sócios inscritos e que, dependendo das épocas, temos dias em que cá estão cerca de 40 idosos e outros em que temos 15 ou 20", mas são um grupo "ainda com muita energia", destacou.
Segundo apurámos, este centro de dia para a terceira idade tem períodos para actividade física, com ginástica dois dias por semana, a par de várias diversões, artes e artesanato, incluindo jogos de bingo, pintura e outras actividades divertidas e interactivas.
Nesse dia, no salão do First, que está localizado no número 60 da Caledonia Road, em Toronto, encontrámos uma senhora que nos disse ter já 94 anos de idade, Maria Coelho, que frequenta o centro há mais de três décadas.
"Deixei de trabalhar e fiquei reformada. Desde essa altura venho para aqui e sinto-me muito feliz", disse-nos, destacando que "aqui fazem-nos sentir em casa".
"Faço muito croché e vir aqui dá-me vida para enfrentar o resto dos meus dias", afirmou.
"Parece que esta é a minha segunda casa, e aqui tenho carinho por parte de todos", disse emocionada a "jovem" nonagenária, que nos confessou adorar ler o seu "Sol".
Aliás, dado ser sexta-feira, a edição dessa semana do nosso semanário estava colocada sobre as mesas, para leitura dos utentes.
A mais antiga colectividade portuguesa em Toronto, o FPCC é uma organização sem fins lucrativos que teve momentos áureos bem como fases complicadas, como destaca uma resenha que apresenta um resumo do historial da agremiação.
"Temos as nossas raízes e história na comunidade portuguesa como um local onde se ajuda os recém-chegados ao Canadá. No início da história da nossa organização (em 1956) éramos o centro da Comunidade Portuguesa como ponto de encontro, uma segunda casa longe de casa. Agora, servimos a comunidade portuguesa com a mesma paixão e fervor, focando-nos nos mais vulneráveis entre nós, crianças e idosos", lê-na na nota.
"Não limitamos as nossas actividades à comunidade portuguesa e as nossas portas estão abertas a todos", continua a missiva que destaca que: "o First Portuguese fornece serviços educativos, recreativos e sociais à comunidade portuguesa e canadiana desde 1956", trabalho que é "reforçado pelos esforços dos nossos atenciosos e talentosos funcionários e voluntários".
Nesse dia, em todos os rostos e nas conversas que o jornal Sol Português foi tendo com os utentes do centro notava-se a alegria que sentiam em ali estar e a convicção de que aquele espaço "não pode fechar".
"Isto é uma alegria e aqui estamos muito bem, longe da solidão de outros dias", como nos dizia um dos muitos utentes desta que é inequivocamente "uma casa portuguesa, com certeza".
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