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Folhetim:O Chantagista Capítulo VI Por Jorge Moreira Leonardo Sol Português
Mal tinha iniciado a verificação das fotografias, o adjunto chamou a atenção do inspector: "Chefe! O nosso homem simplificou-nos a tarefa!" E, exibindo um envelope, continuou: "Veja o conteúdo deste envelope!" O inspector abriu o envelope que continha três fotografias com cenas escabrosas, numa das quais, apesar do tempo decurso, se reconhecia o antigo patrão da vítima. "Então o nosso homem andava exercendo chantagem", disse o inspector. "E se assim era, mereceu a morte! Por mim dava por encerrada a investigação. Mas não nos compete aplicar justiça, mas sim apurar a verdade." "O que me intriga", estranhou o adjunto, "é que essas fotografias, acredito, foram tiradas pelo anfitrião ou por alguém por incumbência dele. Com que intenção?" "Talvez para prevenir a hipótese de algum dar com a língua nos dentes." Respondeu o Inspector. "E continuou agora que temos quase a certeza de que ele já iniciou a chantagem e não há que duvidar que a primeira vítima foi o antigo patrão, vamos obter um mandato para lhe vasculharmos o telefone ou o/os telemóveis." De posse do mandato, dirigiram-se ao estabelecimento do antigo patrão da vítima e disseram a que vinham. Ele convidou-os para o escritório. Afirmou que nem precisavam exibir o mandato; estava disposto a prestar toda a colaboração, pois nada tinha a ver com aquele crime de que apenas tomara conhecimento há poucas horas. Informaram-no que tinham de proceder à consulta do telefone e telemóveis, até por que era uma maneira de provar a sua inocência, caso fosse real. Estranhamente, quer inspector, quer adjunto, saíram convencidos da inocência do interrogado. No entanto, das investigações solicitadas às respectivas empresas telefónicas, identificou-se uma chamada para o fixo e uma para um dos telemóveis do suspeito, partindo de uma cabine telefónica que reportava uma ameaça de publicação de certa imagem, caso não fossem pagos 5.000 euros. Embora colocado perante esta evidência, o suspeito continuou a afirmar a sua inocência. Então sugeriram-lhe que se apresentasse na PJ na manhã do dia seguinte, para interrogatório, e que para evitar grandes especulações o fizesse voluntariamente. O que o deixou horrorizado. Porém, quando estavam de saída foram abordados pelo empregado que lhes pediu que deixassem o patrão em paz pois fora ele a atender as referidas chamadas. E explicou: "Numa hora em que o patrão estava almoçando e se esquecera do telemóvel sobre a secretária, ele atendeu um telefonema no fixo cuja voz reconheceu de imediato e que sugeria que ele visse uma imagem no telemóvel. O que viu horrorizou-o. Mas não vou alongar-me, pois creio que os senhores estão de posse de todos os elementos. Apressei-me a eliminar as imagens do telemóvel para evitar ao meu patrão esse trauma."
(Continua na próxima edição) | ||||
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