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Centro Cultural Português de Mississauga:

Nova direcção quer festejar 50 anos
com "grande marco histórico"

Por Rómulo Ávila

Sol Português

O Centro Cultural Português de Mississauga (CCPM) acolheu na noite do passado sábado (4) os seus sócios e simpatizantes para um convívio destinado a marcar o início das actividades para os novos órgãos sociais.

A Direcção vai continuar a ser presidida por Jorge Mouselo e segundo o próprio confirmou, está mais concentrada do que nunca no futuro, tendo em conta as celebrações de meio século de actividade que se aproximam, em 2024.

Esta será uma importante comemoração, havendo também outras actividades marcantes em preparação, incluindo a realização de um arraial à portuguesa para marcar as comemorações do Dia de Portugal em Mississauga.

A isto há ainda a juntar as obras de renovação de que o espaço de eventos precisa, sendo certo também que, como afirma o presidente reempossado, "a aposta no restaurante [do CCPM] é para continuar, dado que tem tido muita aceitação" do público.

"Para 2023 vamos ter imensas novidades, preservando o passado, mas tentando inovar e para o
ano 2024 queremos deixar uma marca histórica nesta casa portuguesa, pois completamos 50 anos de existência", destacou Jorge Mouselo ao jornal Sol Português.

Acima de tudo, a
Direcção quer "como sempre, fazer as coisas com paixão e com amor porque quando assim é tudo corre melhor", afirma.

"O nosso projecto é para continuar, fazermos sempre um pouco melhor e fazermos daqui para a frente um pouco diferente daquilo que habitualmente se vê", refere, adiantando quererem "inovar, preservando tudo o que no passado se fazia mas imprimindo novas e actuais dinâmicas".

Fundado a 26 de Fevereiro de 1974 – poucos meses antes da Revolução de Abril – o Centro Cultural Português de Mississauga tornou-se rapidamente num dos pólos de referência dos portugueses no Ontário e uma das associações mais dinamizadoras da cultura lusa no Canadá.

A cerimónia de tomada de posse dos novos corpos gerentes para o mandato 2022/23 foi oficializada no decorrer do serão de sábado, quando o presidente da Assembleia-Geral, Gilberto Moniz, chamou os dirigentes, um por um, para assinarem o livro da Direcção.

Gilberto Moniz aproveitou para lembrar que, embora todos digam querer "um clube vivo, dinâmico e moderno", para que isso aconteça é fundamental "que os sócios se juntem e colaborem cada vez mais" com o CCPM.

"Todos temos de ajudar", lembrou, acrescentando que o clube "só tem sucesso se dermos as mãos e participarmos activamente nas suas actividades e na sua vida social".

"Temos mais de 600 sócios e apenas pouco mais de 50 estiveram na Assembleia-Geral, e nem uma pergunta houve. Assim não pode, nem deve continuar", alertou Gilberto Moniz.

Decorrido o acto de tomada de posse e concluído o jantar convívio, a banda "Santa Fé" começou por animar musicalmente o serão, chamando os pares à pista de dança e dando o mote para o espectáculo que marcaria essa noite.

Convidado para actuar estava o artista Fernando Correia Marques, já bem conhecido da comunidade luso-canadiana e que aqui se deslocou vindo de Portugal.

Em declarações ao jornal Sol Português momentos antes de se dirigir ao seu camarim, o cantor, conhecido por temas como "A pulga" e "Burrito", manifestou a sua satisfação por estar de volta a este Centro Cultural.

"É importante dizer o quanto estou feliz, de coração, por estar no meio desta comunidade que sente Portugal como ninguém", confessou Fernando Correia Marques, considerando ainda "gratificante" ter sido convidado a actuar no que classificou como um "grande Centro Cultural Português".

"Estar com gente que fala português e com crianças que querem cantar em português mesmo nascendo no Canadá, é maravilhoso e digno de memória", realçou ao nosso semanário, esclarecendo: "aqui sinto força, sinto a força de Portugal e isso dá-me vontade de continuar".

Embora a sua vida seja feita em Portugal, o artista lembra a importância que a Diáspora tem para a carreira de muitos artistas, onde, como ele, muitos se deslocam com frequência.

"Desde 1994 até aos dias de hoje, já vi nascer muitas estrelas na música. Algumas foram tipo cometas que logo desapareceram, mas aqueles que cá ficam, isso deve-se também às comunidades portuguesas e a este apoio que aqui se sente verdadeiramente", afirmou.

Isto para além do facto de que, como assumiu, "musicalmente falando, existe imenso talento nesta comunidade canadiana, muitos deles com raízes do nosso Portugal".

O animado concerto de sábado com o popular artista foi mais um momento marcante na sua carreira e um espectáculo que manteve o público cativo e entusiasmado até ao fim, marcando assim com chave de ouro o início das actividades para a nova Direcção do CCPM.


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