Agonia
Por José Ribeiro de Sousa
À tarde o sol poente
está doente.
Desmaia em queixas
e endexas
por entre as frondes do pinhal
- Eu estou muito mal!
Sinto a agonia
de quem deixa o dia
e morre entre revérberos de sangue
e mornos bruxuleios
de luz exangue...
- Sou como alguém
que se perdeu e detém
sobre o montado,
parado,
a olhar sem ver...
- Sou como o cervo baleado
e de morte tocado,
que vai cerrando os olhos,
angustiado,
...e sem compreender...
Gândara Março de 1987
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