CANADÁ EM FOCO


Residência oficial do Primeiro-Ministro considerada "inabitável" devido a infestação de ratos e outros problemas

De acordo com a imprensa canadiana, a presença de ratos mortos na residência oficial do Primeiro-Ministro do Canadá esteve na origem da decisão de fechar formalmente a habitação em Novembro, por se suspeitar de que o ar na mansão não seria seguro para respirar.

"Anos de negligência transformaram a casa mais importante do Canadá, a residência oficial do Primeiro-Ministro, no n.º 24 da Sussex Drive [em Otava], num amontoado de ratos mortos, presos atrás de paredes a cair", lê-se em documentos agora divulgados.

No ano passado, a Comissão Nacional encarregada de preservar os edifícios patrimoniais na capital canadiana encerrou a residência, estimando o custo das renovações em quase 40 milhões de dólares.

O edifício, construído em 1868, foi assumido pelo governo em 1951 tendo servido de residência oficial de sucessivos Primeiros-Ministros até 2015, quando Justin Trudeau foi eleito e indicou que não pretendia viver no degradado imóvel.

Os documentos agora obtidos sublinham que a residência oficial do Primeiro-Ministro tem graves problemas, incluindo bolor, amianto, substância altamente cancerígena, caixilhos de janelas rachados, um sistema eléctrico considerado de alto risco e canalização tão velha que necessita ser retirada caso contrário será "inevitável um colapso catastrófico".

"Existem ainda problemas consideráveis com a rataria", que representam "um risco para a saúde e segurança" de quem cuida da casa, revela uma carta dirigida à então ministra Filomena Tassi, antes de ser tomada a decisão de encerrar a residência.

Para controlar a situação foram feitas desinfecções, mas "isso deixa-nos com os excrementos e as carcaças dos ratos entre as paredes e no sótão e cave" do edifício, diz o documento da Comissão Nacional, que indica que os corpos dos ratos em decomposição levantaram "preocupações sérias com a qualidade do ar" na residência.

Justin Trudeau passou vários anos da sua infância na casa, quando o pai era Primeiro-Ministro, mas depois de assumir o cargo, em 2015, declarou que não voltaria à residência oficial.

Ninguém reside na propriedade, mas os terrenos são frequentemente utilizados para festas ao ar livre e um edifício adjacente onde em 1975 foram instaladas a piscina e a sauna a pedido de Pierre Trudeau, é ainda utilizada com muita frequência.

Segundo outros documentos, mesmo sem moradores, a residência acumula despesas elevadas e em Janeiro só a conta de electricidade da mansão foi de quase 5.000 dólares.

Estão previstas obras de remediação para tentar conter os problemas mais graves, mas embora os documentos indiquem que deverão levar cerca de um ano a concluir, o custo foi omitido.

Obras mais extensas terão de aguardar uma decisão da Comissão Nacional.

– RA//VE


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