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ACMT recriou tradição do beijar da Cruz com maior número de sempre de participantes

Por Rómulo Ávila

Sol Português

A Páscoa é, por excelência, uma época rica em tradições e no passado domingo (9) foi dia da Associação Cultural do Minho de Toronto (ACMT) reviver a tradição do beijar da Cruz.

Este ano o evento juntou cerca de 700 pessoas no salão de festas da sindical LIUNA Local 183 onde, sem as restrições impostas anteriormente pela pandemia, puderam conviver e sentir "a sua casa portuguesa" mais perto do coração, mesmo estando a viver no Canadá.

Segundo a relações públicas da colectividade minhota, Tânia Barbosa, "nunca na história da Associação Cultural do Minho de Toronto se fez uma festa da Páscoa com tanta presença e com tantas famílias juntas", facto que indicou deixar "todos muito felizes" e dar-lhes "força para continuar".

A tarde foi recheada de animação, com os bombos da ACMT a abrirem o festejo pascal, seguidos das actuações dos ranchos folclóricos do Centro Cultural Português de Mississauga, convidado a participar no convívio, bem como do da própria colectividade.

A gastronomia minhota esteve, naturalmente, em evidência, dando destaque ao cabrito e ao pão-de-ló, ambos muito característicos daquela região de Portugal, a par doutras iguarias que foram distribuídas pelas mesas.

O momento alto do evento estava destinado a ser a tradição do beijar da Cruz, ocasião em que o padre André fez questão de passar em todas as mesas, recriando – como destacou a relações públicas da ACMT – em terras canadianas as tradicionais visitas pascais características do norte de Portugal.

Recorde-se que antigamente – embora em algumas aldeias portuguesas ainda
se mantenha esse costume – na Páscoa era habitual
tocar o sino a anunciar a ressurreição de Cristo e acompanhar a saída da Cruz da igreja.

Nessa altura, o sacerdote da freguesia e os seus ajudantes, anunciados junto às portas das casas pelo toque duma sineta, procediam à bênção dos residentes, dando-lhes a beijar a cruz de Cristo, e em muitos casos, benzendo também as moradias com água benta e orações.

O agrupamento Karma Band viria a preencher musicalmente o resto do encontro, animando os convivas que aderiram ao convite para recriar esta tradição pascal.

De destacar que a Direcção da ACMT é, na sua maioria, constituída por jovens, mas estes fazem questão, de, como dizem, "manter vivas as tradições, de perguntar aos mais velhos, de pedir conselhos e de pedir ajuda", sempre que necessário.

E mais importante para uma organização que depende
do empenho dos seus voluntários e dirigentes, garantem: "vamos continuar, porque temos o Minho no coração".


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