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Ana Bailão abre escritório de campanha para candidatura à presidência da Câmara Municipal de Toronto

Segurança, saúde e habitação são
principais assuntos na mira da
candidata luso-canadiana

Por Rómulo Ávila

Sol Português

"Precisamos de liderar. Toronto tem de liderar o futuro do Canadá. Vou apresentar soluções, vou lutar e trabalhar dia após dia, antes e depois de vencer as eleições. Estou pronta para, juntos, sermos melhores e diferentes".

Foi com estas palavras que na tarde de segunda-feira (10) Ana Bailão abriu a sua sede de campanha em apoio à candidatura ao cargo de presidente da Câmara Municipal de Toronto.

Prometendo ser "sempre a pessoa que conhecem: aguerrida e trabalhadora em prol do bem comum", a candidata luso-canadiana expressou a sua convicção e esperança de que no dia das eleições, 26 de Junho, possa "contar com todos" para a apoiarem e elegerem.

Na abertura da sua sede de campanha, que fica localizada no 4.º andar do número 250 da Dundas Street West e que diz pretender ser "um ponto de encontro e de trabalho", Ana Bailão, começou por "agradecer à sua equipa, às comunidades que a têm apoiado e às pessoas que a têm procurado", não esquecendo os seus apoiantes da sindical LIUNA, presentes em grande número nesta ocasião que marcou também o arranque do seu propósito eleitoral.

Segundo esclareceu, "prestar melhores serviços, mais segurança e mais habitação" são os seus objectivos principais caso seja eleita, reforçando ser "preciso voltar a centralizar Toronto" e dar-lhe "a prioridade e a importância" que a cidade merece.

Pouco depois da sua intervenção pública, e em declarações ao jornal Sol Português, Ana Bailão considerou prioritária "a concretização de medidas que criem mais segurança" na cidade.

"Temos de tratar dos problemas associados às doenças mentais, e o problema dos sem-abrigo e da criminalidade. É necessário trazer de volta os serviços que foram cortados, ter mais pessoas a trabalhar e colocar mais câmaras de vigilância", defendeu.

Instada a pronunciar-se sobre a forma como tem estado a correr a pré-campanha eleitoral, a candidata a presidente da Câmara realçou que "as reacções têm sido positivas" por parte dos residentes.

"Tenho sentido que as pessoas aderem e sentem os problemas da cidade quando falo de segurança, de estradas pagas e outros problemas", disse, acrescentando: "precisamos, efectivamente, de um tratamento mais justo e precisamos urgentemente que o governo provincial assuma a sua responsabilidade para com Toronto".

Com respeito à sua candidatura e empenho em levá-la até ao fim, no que se prevê ser uma eleição muito concorrida, já com mais de três dezenas de pretendentes ao cargo de presidente da Câmara, Ana Bailão é peremptória: "as pessoas reconhecem a forma como faço política com seriedade. Conhecem o meu dinamismo e o meu empenho quando me comprometo".

"Sabem que tenho a experiência do meu lado, pois desenganem-se aqueles que acham que é chegar à Câmara e fazer tudo de um dia para o outro. É preciso, e lembro isso, trabalhar com os 25 vereadores, sendo que o presidente da Câmara tem direito a apenas um voto. É preciso ter boas relações, é preciso conhecer o trabalho e o meu plano é claro: melhorar os serviços, criar habitação e uma nova vida", afirmou.

Presentes na abertura do escritório de campanha da candidata luso-canadiana encontravam-se vários elementos da comunidade lusa, muitos dos quais expressaram o seu desejo de iniciar as celebrações dos 70 anos de imigração oficial portuguesa para o Canadá no dia 13 de Maio e só terminar no dia 26 de Junho com o que esperam seja a eleição histórica da candidata de ascendência lusitana.

Para isso, vai necessitar do apoio e colaboração de todos os sectores e etnias que compõem a sociedade torontina em geral, o que não lhe parece faltar tendo em conta a grande diversidade de apoiantes que compareceram à inauguração.

Caso seja eleita, Ana Bailão será não só a primeira portuguesa mas também a primeira mulher – após a amalgamação que em 1998 criou a megacidade – a ocupar a cadeira de presidente de Câmara de Toronto, a maior e mais populosa metrópole canadiana e capital da província do Ontário.


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