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"Portugal - Oh, Pátria! Nação valente, imortal"Celebrações do Mês da Cultura Portuguesa em Toronto atraem milharesHomenagens e reconhecimentos marcaram arranque das principais comemorações da Semana de Portugal em Toronto "Em Portugal quem emigra são os mais enérgicos e os mais rijamente decididos". Esta afirmação de Eça de Queiroz, citada pelo presidente da Aliança dos Clubes e Associações Portuguesas do Ontário (ACAPO) na tarde de quinta-feira (8), aquando do início das principais homenagens inseridas nas comemorações da Semana de Portugal em Toronto, foram o mote que regeu a tradição de homenagear os primeiros imigrantes portugueses que há 70 anos, de forma oficial, pisaram solo canadiano. | |||||||||||||||||||||
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A cerimónia, carregada de simbolismo, decorreu junto ao Padrão dos Descobrimentos situado no High Park de Toronto, monumento dedicado aos pioneiros portugueses, tendo na altura José Eustáquio descrito o momento como "um dos mais importantes desta semana portuguesa no Canadá". "Temos o dever de aqui prestar esta singela, mas muito sentida homenagem, pois foram eles os pioneiros que nos abriram o céu de Toronto e as portas desta cidade, para que a comunidade portuguesa entrasse e hoje seja assim forte e perseverante na sua acção", caracterizou o dirigente comunitário no seu discurso. No decorrer da cerimónia, durante a qual viriam a ser colocadas duas coroas de flores junto ao monumento, pretendeu-se "evidenciar e lembrar o rumo de trabalho daqueles que no dia 13 de Maio de 1953 chegaram a Halifax", na Nova Escócia, como destacou o responsável da ACAPO. Usou também da palavra Cristina Martins, do Real Canadian Portuguese Historical Museum, que preserva importante espólio e que indicou ser sua missão "dinamizar e tornar mais vivo e conhecido" aquele espaço museológico. "No futuro queremos que este espaço seja mais activo e esteja no coração da comunidade luso-canadiana; já estamos a desenvolver algumas actividades, mas pretendemos muito mais", frisou a ex-deputada provincial luso-canadiana que de 2014 a 2018 representou o distrito eleitoral de Davenport na Assembleia Legislativa do Ontário. | |||||||||||||||||||||
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Ainda no decorrer deste primeiro tributo prestado durante as comemorações deste ano da Semana de Portugal, destaque para a nova geração que, em representação da Escola do First Portuguese Canadian Cultural Centre of Toronto entoou, à capela, os hinos do Canadá e de Portugal, cantando com emoção "a Portuguesa", de mão no peito. No final da cerimónia, a comitiva rumou em direcção a Little Portugal, juntando-se em torno de um gigantesco galo de Barcelos que foi cedido pela autarquia de Barcelos à Câmara Municipal de Toronto, era então vereadora a actual candidata à presidência do governo municipal torontino, Ana Bailão. O galo, que representa um dos mais conhecidos símbolos portugueses, tem 1,90m de altura, 2,80m de comprimento e 1,30m de largura, e está colocado na Lakeview Avenue Parkette, do lado norte da rua Dundas Street West, no coração histórico da comunidade lusa na cidade e ao longo da qual nesse sábado iria desfilar a Parada do Dia de Portugal. O momento serviu de motivo para que Anabela Taborda, presidente da associação de comerciantes Little Portugal on Dundas BIA, enaltecesse o facto de a ACAPO e a BIA "terem dado as mãos e conseguido juntar esforços para que o festival Do West Fest e a Parada do Dia de Portugal acontecessem na mesma data", colaboração que descreveu como "promovendo uma verdadeira ligação de Portugal ao Canadá". José Eustáquio, por seu turno, afirmou que "em bons casamentos não se mexe" e que "a ideia é para continuar, pois é melhor para todos a vários níveis". "Já luto por esta união há imensos anos e felizmente este ano tudo se proporcionou", afirmou visivelmente satisfeito. No decorrer desta homenagem escutou-se também o presidente da Direcção da Associação Migrante de Barcelos, Vítor Santos, que a propósito daquele símbolo português e do espírito trabalhador da comunidade lusa lembrou que "falar de Portugal é também falar de Barcelos, é falar de gente de trabalho", revelando toda a emoção que sentia. | |||||||||||||||||||||
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"É bom reconhecermos que temos um registo português, uma marca bem portuguesa nesta rua e o galo de Barcelos mostra que esta terra também é nossa", asseverou. Ainda junto à estátua, o novo cônsul-geral de Portugal em Toronto, Joaquim do Rosário, dedicou a sua alocução "a toda a comunidade portuguesa", dizendo ter passado já "por muitos lados", mas nunca ter visto "uma portugalidade tão vibrante e tão sentida como aqui, em Toronto". Depois de uma foto de grupo com as entidades oficiais, Tânia Barbosa encerrou o momento de homenagem à cultura e à presença portuguesa neste país com a interpretação dos hinos nacionais canadiano e português, sendo que de imediato a comitiva rumou com destino à Praça Camões, onde viria a prestar também tributo ao grande poeta português. Na pequena praceta situada na esquina noroeste da intersecção das ruas College e Crawford, junto ao busto do bardo Luís Vaz de Camões, a presidente do Conselho de Presidentes da ACAPO, Katia Caramujo, reforçou a mensagem de que é a língua portuguesa que nos une e por isso tem de ser preservada. "Vir aqui e prestar homenagem ao poeta Luís Vaz de Camões é continuar a reconhecer que o português nos une a todos, mas também mostrar que é importante continuar a promover a nossa língua junto dos luso-canadianos da terceira ou quarta geração", afirmou. No mesmo espaço, junto ao busto do poeta que tão elegantemente descreveu a experiência dos navegadores portugueses através do seu verso: "Ó mar salgado, quanto do teu sal / São lágrimas de Portugal!", falou também Laurentino Esteves, comendador e dirigente da ACAPO, que assinalou a importância da participação da comunidade portuguesa nas actividades dos seus clubes e associações. | |||||||||||||||||||||
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"Uma comunidade sem a mesma língua e sem a mesma cultura não anda cá a fazer nada. Devemos usar e abusar da nossa língua-mãe dentro das nossas casas e associações. Ainda hoje, no Canadá, o saber português é valorizado por muitas empresas", acentuou Laurentino Esteves. Destaque ainda aos discursos de Matthew Correia, conselheiro da diáspora açoriana no Ontário, que falou na "essência do ser português", e do cônsul Joaquim do Rosário, que colocou a tónica desta sua segunda intervenção do dia na palavra "união", que considerou ser "a chave do sucesso desta comunidade portuguesa a residir em Toronto". Tal como nas cerimónias anteriores, o momento incluiu a interpretação dos hinos nacionais dos dois países e a colocação de uma coroa de flores junto ao busto do poeta homenageado. Antes destes três tributos, porém, uma cerimónia oficial a nível da governação do Ontário voltou mais uma vez a elevar a bandeira portuguesa no mastro cerimonial da Assembleia Legislativa (vulgo Parlamento) do Ontário, numa cerimónia emotiva, ainda que pouco assistida pelo público em honra do proclamado Mês de Portugal na província e no país. Pouco depois do meio-dia de quinta-feira, e após intervenções de José Eustáquio e de Anabela Taborda, a bandeira das quinas foi erguida frente ao Parlamento ao som de "A Portuguesa", tão bem interpretada por Isabel Sinde, levantando consigo o esplendor dum povo que muito contribuiu e continua a contribuir para edificar este país. | |||||||||||||||||||||
Bandeira de Portugal hasteada na Câmara Municipal de Toronto
Na sexta-feira (9), um dia antes da comemoração oficial do Dia de Portugal, bem no coração de Toronto, a bandeira portuguesa foi hasteada na Câmara Municipal em homenagem à comunidade e em observação do mês dedicado ao património e à cultura lusa na cidade. Orgulho e patriotismo foram os principais sentimentos reflectidos no início dessa tarde na praça Nathan Philips Square, onde a tónica dos discursos políticos incidiu na contribuição e na força da comunidade luso-canadiana neste país. O presidente executivo da ACAPO, José Eustáquio, abriu o púlpito no que toca às intervenções e dedicou palavras de apreço aos membros das colectividades que integram esta aliança de clubes e associações, pois "são eles que no terreno e todos os dias falam de Portugal, mostram Portugal, honram Portugal e, sobretudo, não deixam cair esta comunidade de grande expressão e força", afirmou. | |||||||||||||||||||||
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"Enquanto que amanhã [dia 10 de Junho] no nosso país muitos vão para a praia, nós aqui vamos para a rua celebrar as cores portuguesas e o amor que temos a Portugal", frisou, lembrando que "ver aqui esta bandeira ser hasteada, neste local, é sinal de que continuamos pujantes e firmes". Chamando de seguida Alejandra Bravo a discursar, o dirigente da Aliança agradeceu-lhe todo o "empenho e colaboração para com a ACAPO e para com a comunidade portuguesa", após o que a nova vereadora eleita por Davenport se pronunciou publicamente a respeito das comemorações do Dia de Portugal. Considerando "uma grande honra estar ao lado de Portugal e da sua comunidade ao longo destas comemorações", Alejandra Bravo destacou o contributo dos portugueses para a edificação da cidade e do país. "Vocês são um povo com um coração do tamanho do mundo, um povo que sabe receber, que sabe ajudar a construir o futuro, mas que no passado já teve uma grande palavra a dizer", referiu, indicando estar "sempre de portas abertas para colaborar com a comunidade luso-canadiana". Como afirmou, "Toronto deve olhar para quem ajuda, todos os dias, a construir esta cidade". | |||||||||||||||||||||
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Igualmente eleita em representação do distrito de Davenport, mas na esfera federal, a deputada Julie Dzerowicz reiterou os mesmos sentimentos, adiantando ser "o dia certo para agradecer a todos os que têm sangue português pelo seu contributo para a edificação do Canadá", e ressalvando que "a força dos portugueses, com a sua coragem e o seu trabalho, faz do Canadá um país melhor". Na plateia encontrava-se também a agora candidata à presidência da Câmara Municipal de Toronto, a luso-canadiana Ana Bailão, ex-vereadora e ex-vice-presidente da autarquia, que sendo chamada pelo dirigente da ACAPO foi ao microfone para fazer uma declaração curta, mas sentida. "Para o ano estarei nesta cerimónia como presidente da Câmara e para isso preciso do apoio da comunidade. Foi aqui, no meio desta gente portuguesa, que aprendi a viver e me deu asas para sonhar e ir em frente. Quero retribuir com o meu trabalho tudo o que um dia fizeram por mim. Estamos prontos e estamos fortes", afirmou a propósito do acto eleitoral em que é candidata e que se irá realizar a 26 de Junho. Joaquim do Rosário, o novo cônsul-geral de Portugal em Toronto, recentemente chegado à cidade, também participou na cerimónia e direccionou a sua intervenção para a importância da "cultura portuguesa continuar a ser passada de geração para geração". |
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Agradecendo aos órgãos de comunicação social de expressão portuguesa em Toronto o seu "bom trabalho na divulgação de Portugal e na preservação da língua portuguesa", o diplomata pediu aos que o escutavam que "a par da nossa cultura e da nossa tradição, nunca deixem morrer a língua que nos une, a língua de Camões que merece ser acarinhada e que aqui, no Canadá, é factor de junção". "Senti aqui, em pouco mais de um mês, a força de Portugal. Esta é uma comunidade vibrante e parece-me que o sucesso está na sua união e alegria", afirmou. O momento contou ainda com uma intervenção de Francisco César, que enquanto deputado à Assembleia da República em representação dos Açores vincou a participação da comunidade de origem açoriana no Canadá. "Celebra-se Portugal, mas eu venho de uma região onde não há uma pessoa que não tenha um familiar ou um amigo em terras canadianas. Aqui, no Canadá, vejo bandeiras portuguesas. Nos Açores, vejo bandeiras do Canadá. Este laço quase familiar é bem visível", afirmou. A cerimónia terminou com o hastear da bandeira portuguesa ao som do hino nacional cantado por Isabel Sinde, cuja voz retiniu naquela praça central de Toronto. A bandeira portuguesa permaneceu no mastro cerimonial, altiva, serena e guerreira como o povo que a honra no Canadá. | ||||||||||||||||||
"Raízes do Nosso Povo":Tradições etnográficas lusas em destaque durante três dias Integrado nas comemorações da Semana de Portugal em Toronto, 29.ª edição do festival de folclore encontrou palco no popular Do West Fest
Durante três dias de 9 a 11 de Junho a música, as danças e os coloridos trajes dos grupos de folclore luso-canadiano encheram de vida o festival de rua Do West Fest no decorrer da 29.ª edição do festival de folclore "Raízes do Nosso Povo", uma das muitas iniciativas integradas nas comemorações da Semana de Portugal em Toronto. O palco dos espectáculos, localizado na intersecção das ruas Dundas e Ossington, fechada ao tráfico veicular, viu os grupos folclóricos que participaram na edição deste ano levarem a cultura e as tradições etnográficas portuguesas até ao coração de Toronto e de Little Portugal, onde encantaram o público que ali se deslocou em grande número e que é estimado em mais de 500.000 visitantes. Numa organização da Aliança dos Clubes e Associações Portuguesas do Ontário (ACAPO), integrado nas comemorações da Semana de Portugal 2023 e tendo por principal organizador Laurentino Esteves, membro da organização e reconhecidamente um dos grandes dinamizadores do folclore português no Canadá, o certame decorreu durante todo o fim-de-semana, sempre com muito público. | ||||||||||||||||||
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No primeiro dia (sexta-feira, 9) registaram-se as actuações do rancho do Portuguese Cultural Club of Vaughan que abriu o palco do grupo folclórico Os camponeses de Toronto e do rancho da Associação Cultural do Minho, também de Toronto. No segundo dia (sábado, 10), e sempre com a apresentação, tema a tema, de Laurentino Esteves, subiram ao "terreiro" os ranchos folclóricos Províncias e Ilhas de Hamilton, da Nazaré, da Casa da Madeira e do Ribatejo, assim os grupos do Oshawa Portuguese Club, Transmontano, Arsenal do Minho e As Tricanas. No terceiro e último dia (domingo, 11) ainda houve duas apresentações etnográficas portuguesas, uma a cargo do rancho da Associação Migrante de Barcelos e outra com a actuação do grupo de Bombos do Arsenal do Minho, ambas a encantarem e a proporcionarem momentos de grande animação e divertimento dos espectadores que foram atraídos à edição deste ano do Do West Fest. | ||||||||||||||||||
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No final destes três dias, o apresentador desta maratona folclórica confessou a sua "enorme satisfação pelo desempenho de todos" os participantes, evidenciando "a grande quantidade de jovens que compõem os grupos que por aqui passaram". Dirigindo-se ao público, lembrou que "a festa faz-se com as pessoas" e que "sem vocês aí, a aplaudirem, não havia folclore, nem tão pouco entusiasmo para continuar", mas congratulou-se por ver que "como sempre, a comunidade disse presente e veio ver as raízes de Portugal". "Se perdemos o nosso folclore, perdemos aqui no Canadá grande parte do nosso ADN, grande parte daquilo que nos distingue e torna únicos, mas estes três dias provaram-no: vamos continuar e estamos fortes", afirmou convicto. Em declarações ao jornal Sol Português, a mãe de uma das jovens que integra um destes grupos de folclore luso-canadianos mostrava-se orgulhosa e destacava que tinha sido a filha quem lhe pediu para entrar no rancho, "para ter um bocadinho de Portugal na sua vida". | ||||||||||||||||||
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Visivelmente emocionada, Teresa como se apresentou diz que sente orgulho porque, tendo a filha apenas 11 anos, o facto de ser ela a procurar este contacto dá-lhe "a certeza que a cultura portuguesa nunca vai deixar de existir" em sua casa. "Isso deixa-me feliz. Ela dança e ela ouve música portuguesa. Adora o Canadá, mas nunca se esquece da terra dos seus pais e avós", destacou. É certo que já houve mais ranchos e mais fortes, mas o folclore é uma manifestação genuína da tradição cultural portuguesa que persiste com bastante vigor no Canadá graças a estes grupos que destacam e promovem uma alegre faceta da lusitanidade com os seu retratos vivos de diferentes eras e regiões de Portugal. | ||||||||||||||||||
Em palco e na rua
Para além dos grupos que participaram no 29.º festival de folclore "Raízes do Nosso Povo" e que actuaram no Do West Festival, pelo palco passaram ainda vários outros artistas luso-canadianos. | ||||||||||||||||||
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Foi o caso de Hugo Piló e a sua Banda, Michelle Madeira e Amigos, Mário João Estrelinha, Rice e Mango, Isabel Sinde e Amigos, Karma Band e TBC. De salientar ainda que ao longo do fim-de-semana estima-se que mais de 600.000 pessoas tenham passado pelo festival Do West Fest, que este ano celebrou o seu 10.º aniversário. | ||||||||||||||||||
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A conjunção com as comemorações do Dia de Portugal dinamizou ainda mais o evento que, segundo os responsáveis, será para continuar, prometendo que "para o ano será ainda melhor". | ||||||||||||||||||
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Parada do Dia de Portugal teve participação de milhares de portugueses e luso-descendentes
Já antes das 9h00 da manhã de sábado (10) se notava uma agitação diferente em termos do número de pessoas que circulavam na Dundas Street West em Toronto, mais especificamente no troço conhecido por Little Portugal, entre a Lansdowne e o parque Trinity-Bellwoods. Tudo fazia crer que a edição deste ano da Parada do Dia de Portugal seria uma das maiores de sempre, pelo menos em termos de público, que se juntava em grande número, criando autênticos aglomerados de gente ao longo da via habitualmente percorrida pelo desfile. Isso mesmo se veio a confirmar quando, poucos minutos passavam das 10h00, se deu início ao cortejo etnográfico, tão caracteristicamente representativo da cultura e tradições portuguesas neste país. "Este é o verdadeiro amor a Portugal", "Aqui sente-se Portugal", "Viva Portugal", "Nós somos grandes" e frases semelhantes ouviam-se pelo caminho, proferidas por espectadores que, junto aos passeios, agitavam a bandeira nacional, quase sempre vestidos nos tons de vermelho e verde que identificam a nação portuguesa. A par das cores do estandarte nacional e do colorido dos fatos dos ranchos folclóricos e das bandeiras de clubes e associações, a alegria que se sentia nas ruas era contagiante, dando mais energia a um desfile que honrou certamente a comunidade lusa e mostrou o que Portugal representa, mesmo para quem, por necessidade ou opção, escolheu este país para começar uma nova vida. Aliás, esse era o objectivo, como nos disse José Eustáquio, presidente executivo da ACAPO, organização responsável pelo desfile, que indicou à nossa reportagem que esta terá sido "uma das maiores paradas de sempre", sempre "com muita gente a assistir". Em declarações ao jornal Sol Português, o dirigente desta organização de cúpula que representa os principais clubes e associações portuguesas do Ontário esclareceu que a decisão de realizar a parada durante o festival Do West Fest contribuiu ainda mais para o sucesso do evento. "Este ano fizemos um casamento entre a nossa associação e a Little Portugal BIA e este desfile português provou que foi o caminho certo pois, para além de muitos portugueses, tivemos nas ruas muita gente de outras nacionalidades que assim se apaixonaram por Portugal e pela nossa comunidade", referiu José Eustáquio. "Este ano a Parada de Portugal, e mesmo depois de termos saído de uma pandemia que deixou marcas profundas, foi das melhores de sempre", opinou, indicando ter ficado "a ideia clara de que o associativismo luso-canadiano não morreu e está bem vivo". "Esta é uma comunidade brilhante e está muito efervescente", asseverou o responsável da ACAPO. Integrados no desfile do 10 de Junho em Toronto, além de entidades oficiais portuguesas, estiveram representantes dos três níveis de governação canadiana, nomeadamente dos poderes federal, provincial e autárquico. A lista de dignitários que marcharam ao longo da Dundas Street West integrados no cortejo e que marcaram também presença junto ao monumento onde no final se prestaria a habitual homenagem aos voluntários, incluiu os deputados provinciais Chris Glover (Spadina-Fort York) e Marit Stiles (Davenport); os deputados federais Julie Dzerowicz (Davenport), Charles Sousa (Mississauga-Lakeshore) e Peter Fonseca (Mississauga Este-Cooksville); assim como a nova vereadora da Câmara Municipal de Toronto eleita por Davenport, Alejandra Bravo. | ||||||||||||||||||||
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Integraram ainda o cortejo como elementos de honra os dirigentes da ACAPO, Katia Caramujo (presidente do Conselho de Presidentes) e José Eustáquio (presidente Executivo); a presidente da Little Portugal BIA, Anabela Taborda; o conselheiro da diáspora dos Açores no Ontário, Matthew Correia; e o novo cônsul-geral de Portugal em Toronto, Joaquim do Rosário. De Portugal, e para além de três deputados do Partido Socialista, nomeadamente Francisco César, Paulo Pisco e Eurico Dias, viajou para o Canadá a ministra da Justiça, Catarina Sarmento e Castro, que representou o Estado Português na parada e na homenagem aos voluntários portugueses. As imagens captadas, muitas das quais reproduzimos nesta reportagem para apreciação dos leitores, são demonstrativas da extensão e impacto desta realização onde o melhor de "Portugal" esteve na rua e à qual mais uma vez o jornal Sol Português disse "presente", para projectar a dimensão da comunidade portuguesa e fazer um registo para a posteridade. Por se estar actualmente a comemorar também 70 anos da chegada oficial dos pioneiros da imigração portuguesa para o Canadá, foram vistas no desfile muitas alusões a essa temática, evocando aqueles que abriram as portas e lançaram as primeiras pedras para a edificação desta que viria a tornar-se numa das grandes comunidades étnicas no país. Contando mais uma vez com o forte apoio da LIUNA Local 183, o desfile abriu com um grande contingente de sócios deste que é o maior sindicato da construção civil da América do Norte e que representa muitos milhares de portugueses e luso-descendentes que trabalham no sector. Os sindicalistas desfilaram juntamente com os seus colegas da Local 506, outra das filiais sindicais da LIUNA, e tendo à frente a Banda do Sagrado Coração de Jesus, que há já alguns anos acompanha o cortejo do sindicato. Integrado ainda neste enorme grupo inicial estavam os convidados de honra e entidades oficiais que participaram no desfile deste ano. Seguiu-se a participação da Federação de Empresários e Profissionais Luso-Canadianos (FPCBP, na sigla em inglês) e da comitiva que acompanhava a luso-canadiana que concorre à presidência da Câmara Municipal de Toronto, Ana Bailão, que apelava ao apoio e ao voto da comunidade luso-canadiana nas eleições intercalares a 26 de Junho. Imediatamente atrás, a Banda do Senhor Santo Cristo antecedeu a passagem dos carros com elementos da equipa do jornal Sol Português e Golo, seguidos pelas comitivas do Abrigo Centre, Rancho Folclórico Ribatejano de Toronto, Rancho Folclórico da Nazaré e First Portuguese Canadian Cultural Centre. Logo depois, e a darem também um colorido especial ao cortejo português na Dundas Street West, desfilaram a Associação Cultural do Minho de Toronto, a Luso-Can Tuna, a Casa das Beiras de Toronto, o Clube Académico de Viseu de Toronto e o Asas do Atlântico Sports and Social Club, bem como o Centro Cultural Português de Mississauga, o Grupo Folclórico Transmontano e o Grupo de Escuteiros 78. O muito público que assistia de ambos os lados da rua apreciou também as representações da Casa da Madeira de Toronto e da Luso Canadian Charitable Society, o Rancho Folclórico As Tricanas e a Instituição de Caridade Magalhães, que mais uma vez aproveitou a oportunidade para divulgar aquele que será o primeiro lar de idosos português a construir em Toronto. O Grupo Coral Mariano abriu a segunda parte do desfile, seguindo-se a Associação Migrante de Barcelos que, a par dos trajes tradicionais, foi acompanhada também por uma representação do seu grupo de motards, os Moto-Galos. Logo atrás seguiam o Rancho Folclórico Os Camponeses de Toronto, a Casa do Benfica de Toronto, o Arsenal do Minho e o Parkdale Flames Hockey, sendo ainda de destacar a participação de grande número de jovens da Academia do Sporting F.C. de Toronto. Integraram ainda o cortejo as representações do Portuguese Cultural Centre of Vaughan, da Academia de Futebol do Gil Vicente, do Graciosa C.C. de Toronto e da Casa do Alentejo de Toronto, que não se esqueceu de destacar todas as suas actividades, incluindo a sua escola de língua portuguesa. | ||||||||||||||||||||
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Com o cortejo a chegar ao fim, não faltaram também o Rancho de Rabo Peixe e o Rancho Províncias e Ilhas de Hamilton, e as representações do Little Portugal BIA, do Arco íris e da Escola Portuguesa Novos Horizontes. O Portuguese Ball Hockey Association, a Liga dos Combatentes - núcleo do Ontário, a Associação Cultural 25 de Abril de Toronto e os cavaleiros que representaram a escola de equitação Cavalos Lusitanos (Canadá) encerraram a Parada deste ano, que abrangeu um total de 48 representações, emblemáticas de diferentes sectores de actividade cultural, social, beneficente, profissional e desportiva. Foi, sem dúvida, uma grande manifestação de portugalidade que juntou dirigentes e voluntários dos clubes e associações da Área da Grande de Toronto para manifestarem o carinho e a saudade que têm para com o país de origem e que têm sempre no coração. "Depois da pandemia, esta força de Portugal na rua é uma demonstração clara de que a nossa cultura está enraizada no Canadá", dizia-nos com entusiasmo Katia Caramujo, ao mesmo tempo que afirmava que "olhando para a quantidade de jovens nas ruas a envergarem as cores de Portugal, podemos crer que não morremos, e não vamos morrer tão depressa" como comunidade. Também Laurentino Esteves, que é um dos membros activos da ACAPO, enalteceu o contributo de todos para a realização desta Parada. "Devemos estar gratos a toda esta gente que veio para a rua, quer os participantes, quer o público que este ano, e de novo, mostraram de que sangue e de que têmpera é feito o povo português", indicou, afirmando ter sido "uma das maiores paradas de sempre, se olharmos para o número de pessoas nas ruas". Como nos disse também José Eustáquio: "Depois de anos complicados para a comunidade portuguesa, vê-la aqui feliz, junta e em alegria a festejar o amor à pátria, enche-nos o coração". "Enquanto em Portugal se vai para a praia no feriado, aqui traz-se Portugal para a rua, com o país no coração", afirmou com orgulho e emoção. Há vários anos que a Parada do Dia de Portugal é considerada uma das maiores manifestações culturais etnográficas no Canadá e este ano, entre o público, houve quem interpelasse o jornal Sol Português questionando rumores que circularam sobre uma possível mudança de designação para esta zona da cidade de Toronto. "Como é que querem tirar o nome de Little Portugal? Basta olharmos para isto, para esta grandeza, e perceber que Portugal também mora aqui. Isto também nos pertence. Olhem a força do nosso país", comentava o nosso interlocutor. Recorde-se que em 2017 a Câmara dos Comuns em Otava aprovou, por unanimidade, uma declaração que reconhece Junho como o Mês do Património Português, bem como o 10 de Junho como o Dia de Portugal no Canadá. Idênticas proclamações foram feitas também anos antes pela Assembleia Legislativa do Ontário e pela Assembleia Municipal de Toronto, em reconhecimento do contributo da comunidade portuguesa para o crescimento e a edificação da cidade, da província e do país. A ACAPO, responsável pelas comemorações do 10 de Junho em Toronto normalmente designadas por "Semana de Portugal" mas que abrangem mais de um mês de actividades é uma organização sem fins lucrativos que representa 37 clubes e associações luso-canadianas do Ontário e que, segundo os seus dirigentes, quer continuar "a auxiliar e a facilitar a integração de todos os indivíduos de origem portuguesa junto da sociedade canadiana". Os objectivos expressos incluem "continuar a promover e a incentivar o património cultural e histórico de Portugal no Canadá, e promover uma verdadeira interacção entre a comunidade portuguesa", sendo a "promoção da cooperação mútua entre organizações portuguesas e organizações de língua portuguesa" considerada fundamental, a par do apoio às "organizações e clubes portugueses". A Parada do Dia de Portugal 2023 terminou e foi considerada um "sucesso", mas a actividade desenvolvida ao longo de todo ano pelos 37 clubes e associações membros da ACAPO continua, procurando preservar e elevar a cultura e as tradições portuguesas no Canadá. | ||||||||||||||||||||
Homenagem aos voluntários
O encerramento da Parada do Dia de Portugal foi seguido da tradicional homenagem aos voluntários, | ||||||||||||||||||||
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Assim, e depois das palavras iniciais do presidente Executivo da Aliança dos Clubes e Associações Portuguesas do Ontário, José Eustáquio, que considerou os voluntários "verdadeiros motores e embaixadores da cultura portuguesa no Canadá", a deputada federal Julie Dzerowicz destacou o contributo da comunidade portuguesa para a sociedade canadiana. | ||||||||||||||||||||
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O deputado Chris Glover, por sua vez, admitiu que a "força de Portugal contagia tudo e todos" e a deputada Marit Stiles sublinhou "a afectividade e o carinho que a comunidade portuguesa tem para com os outros povos" que constituem a sociedade canadiana. Alejandra Bravo, a nova vereadora que na Assembleia Municipal de Toronto representa Davenport o distrito com maior percentagem de residentes de origem portuguesa do país referiu sentir Portugal "em cada esquina" e prometeu estar "sempre de portas abertas para colaborar" com a comunidade. Os deputados da Assembleia da República Portuguesa, Francisco César, Paulo Pisco e Eurico Dias, que aqui se deslocaram, alinharam pelo mesmo diapasão e confessaram-se "impressionados com a expressão da portugalidade em Toronto" afirmando: "saímos daqui mais ricos e levaremos para Portugal a mensagem de união deste povo". | ||||||||||||||||||||
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Entretanto a candidata à presidência do município de Toronto, Ana Bailão, caracterizou os portugueses como "um povo trabalhador, de bem, alegre e com espírito de sacrifício" que aqui concretizou "sonhos de vida", mas que quer "uma vida melhor, com mais segurança, mais casas e mais apoio social", objectivos pelos quais se afirma "pronta para combater" na Câmara Municipal se vencer as eleições. A última alocução coube à ministra da Justiça de Portugal, Catarina Sarmento e Castro, que em representação do Primeiro-Ministro António Costa salientou os laços que há décadas unem as duas nações. | ||||||||||||||||||||
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Numa referência aos devastadores incêndios que lavram em várias partes do Canadá, a ministra portuguesa anunciou o envio de "120 bombeiros para ajudar a combater os fogos", gesto que caracterizou de "amizade entre dois países irmãos". Muito aplaudida, Catarina Castro reforçou que "Portugal e o Canadá, muito por culpa da comunidade portuguesa aqui a residir, vão continuar a cooperar com vista ao bem comum" e manifestou-se "surpreendida"
e "muito feliz" com tudo o que viu durante esta deslocação, particularmente as manifestações de portugalidade a | ||||||||||||||||||||
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A cerimónia, à qual também estiveram presentes o embaixador de Portugal em Otava, António Leão da Rocha, e o cônsul Joaquim do Rosário, incluiu a colocação de | ||||||
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