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Luso-canadiano marca presença em exposição artística em Toronto

"A fotografia é arte, porque cria várias formas de estar, ver e sentir, e a arte, para mim, é criar emoções", diz Ricardo Araújo

Por Rómulo Ávila

Sol Português

O luso-canadiano Ricardo Araújo foi convidado a participar numa exposição fotográfica a realizar este fim-de-semana, organizada pela RAW Artists Canada, evento que selecciona e junta artistas locais e nacionais nas áreas da fotografia, música, moda e artes plásticas.

A edição deste ano decorrerá em Toronto e tem como nome "Prototype", com exibições em duas noites, sexta-feira (24) e sábado (25), das 19h00 à meia-noite.

Em cada noite serão participantes cerca de 100 artistas e prevê-se que o certame atraia mais de um milhar de visitantes.

A par dos artistas em exposição, o evento apresentará vários espectáculos de moda e de música, e terá um DJ permanente que promete animar os serões para o público e os artistas convidados.

O local escolhido pela organização foi The McCormack Warehouse, localizada no 131 Mccormack Street, junto à intersecção das ruas Weston Road e Rogers, em Toronto.

Ricardo Araújo, cuja participação será na noite de sábado (25), tem 36 anos e emigrou para o Canadá em 2013 com a família.

Nascido numa pequena freguesia do distrito de Braga, estudou artes e marketing, tendo sido representante comercial de uma marca de automóveis e telecomunicações, passando pelas artes gráficas e fotografia para uma das mais conhecidas estilistas em Portugal.

Em declarações ao jornal Sol Português, o artista admite ser apaixonado pela fotografia desde os 14 anos, quando recebeu uma máquina fotográfica de presente.

"Sempre fui um auto-didacta e sempre precisei de experimentar coisas, sendo que desta forma fui sempre descobrindo novas formas de me expressar. Na altura, esperar pela revelação das fotografias e ver o resultado das experiências era o meu passatempo preferido", diz-nos com entusiasmo.

"Lembro-me que tive a minha primeira máquina digital por volta dos 20 anos de idade e quando ingressei no curso geral de artes, algo mudou e embora não tenha percebido de imediato, aprendi o conceito de arte e isso mudou toda a percepção em relação à fotografia", explica o artista que estará entre grandes nomes das artes nesta exposição em Toronto.

Contando já com numerosos trabalhos publicados em revistas da especialidade e dando corpo a vários projectos fotográficos, o luso-canadiano diz estar focado actualmente "em criações próprias" e considera desafiante "perceber onde me consigo superar e reinventar, usando os conhecimentos para criar mais e melhor".

Entretanto, como conselho aos apreciadores e entusiastas da fotografia ou da arte fotográfica, a mensagem que diz poder passar é que "se permitam à partilha de conhecimento e aprendizagem – só assim poderá haver crescimento e evolução na óptica do fotógrafo".

Como destaca com clareza, "qualquer pessoa pode fotografar, aliás, já não é novidade que o acesso a câmaras e a facilidade enorme em registar momentos com fotografia é extremamente comum e normal".

Na sua perspectiva, porém, a diferença entre a fotografia artística e a de caracter meramente pessoal ou recreativa "nada tem a ver com equipamento, tempo ou espaço, tem única e exclusivamente a ver com a expressão que é colocada na fotografia".

Como recorda: "a arte é subjectiva e a fotografia não é excepção, daí ser óptimo perceber o que cada um consegue sentir ao admirar arte, quer na fotografia ou qualquer outro meio artístico que esteja sujeito à análise. Então a fotografia é arte, porque cria várias formas de estar, ver e sentir, e a arte, para mim, é criar emoções".

Fotos: Ricardo Araújo


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