PENA & LÁPIS


Com brilho no coração: "Bom Dia"

Por Rosana Brasil

Sol Português

Na cidade da Nazaré, de onde venho, sorrimos e dizemos "Bom Dia". Conhecemo-nos uns aos outros pelo nome. Quando estamos em apuros, há sempre um amigo ou familiar para ajudar.

Quando cheguei a Toronto, tive dificuldade em navegar no sistema de transportes públicos. Ninguém se ofereceu para ajudar. Na verdade, ninguém notou a minha existência ou a minha aflição.

Senti-me muito sozinha e desamparada. Tantas pessoas ao redor e ninguém a quem eu pudesse pedir ajuda. Tão diferente da minha cidade natal; todas as pessoas pareciam muito ocupadas, correndo para chegar ao seu destino.

Tive que aprender muito rapidamente a encontrar o meu caminho. No entanto, essa experiência abriu-me os olhos para a beleza e o privilégio de viver numa cidade pequena.

Hoje, faço o esforço de olhar em volta e, quando vejo alguém desorientado, sempre pergunto se posso ajudar. Às vezes precisam de ajuda e às vezes não. Saber que posso ajudar, saber que posso sorrir de volta para alguém, aquece o meu coração e encoraja-me a continuar atenta às pessoas ao meu redor. Saber que tenho a habilidade de sorrir, de dizer "Bom Dia", lembra-me que não estou sozinha.

O acto de sorrir para outra pessoa é um gesto de bondade. Muitas vezes hesitamos e não nos oferecemos para ajudar, ou não sorrimos uns para os outros, porque tememos que as nossas intenções ou nossos esforços sejam rejeitados ou mal interpretados. A minha experiência é que estes actos de humanidade são, na maioria das vezes, apreciados pelos seus destinatários.

Por exemplo, quando uma senhora, Maria, foi ao médico e a recepcionista comentou sobre os seus brincos, ela sentiu lisonjeada e feliz pois há muito tempo que não recebia um cumprimento e andava muito amargurada e desorientada.

Às vezes, quando os nossos corações estão em crise emocional, Deus, no seu amor infinito, enviará orientação ou uma palavra de conforto através de um amigo, ou às vezes através de alguém que você não conhece, porque estamos muito desfocados para perceber claramente por nós próprios qual o caminho a tomar das trevas para a luz do dia _ onde há esperança e solução para a maioria dos problemas que enfrentamos.

Esta mesma força espiritual atrai aqueles que necessitam de ajuda aos que podem ajudar. O resultado é um fortuito encontro que trará paz e alegria ao coração.

Convido o leitor a relatar um fortuito encontro em que deixou de ser um observador passivo e tornou-se um agente de transformação ao ajudar o próximo. Compartilhe a sua experiência. Como se sentiu? Qual foi o resultado desta experiência na sua vida? Compartilhe a experiência de ser ajudado por um desconhecido. Como foi que essa experiência o transformou? Como é que a experiência o ajudou a observar o mundo por uma perspectiva diferente? Como é que essa experiência mudou a trajectória da sua vida.

Compartilhe a sua experiência enviando-a por e-mail para rmpbrasil@yahoo.ca.

Rosana Brasil é terapeuta nas áreas
de Matrimónio e Família


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